1366 a 1873

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  Nome do Produtor:
Convento de São Francisco - Porto

  História Adminstrativa/Biográfica:
Em meados do século XII,a pedido de alguns cidadãos devotos do Porto,a ordem de São Francisco, entretanto criada, era implantada nesta cidade. Vieram assim, São Zacarias e outros Franciscanos ao Porto, com o intento de instituir um convento.
Chegaram ao Porto detentores de uma bula de Gregório IX, de 20 de Maio de 1233, que instruiu o Bispo e o Cabido da Sé do Porto a não negarem que os franciscanos se instalassem e que construíssem o seu convento. Nesta bula estava prevista a concordância do Bispo e do Cabido, na condição de alguém dar terreno aos franciscanos.
Um cidadão acabou por oferecer-lhes um terreno junto ao rio num local chamado Redondela.
Logo após isto, o Cabido, com o Bispo em Roma, tratou de se opôr à construção do convento, alegando que os terrenos onde ele iria ser construído pertenciam ao episcopado por doação da rainha D. Teresa. O Cabido alegou que era necessária autorização dos frades, coisa que estes não tinham feito. Os frades por sua vez defenderam-se com a citada bula e criou-se um conflito entre estes e o Cabido. Os frades face à intransigência do Cabido, pediram auxílio ao rei D. Sancho II e refugiaram-se em barcos fundeados no Douro.
Entretanto o rei determinou o seguimento das obras dizendo que os terrenos não faziam parte do senhorio episcopal.
O Bispo, D. Martinho Rodrigues, chegado ao Porto e tomou conhecimento da situação. Opôs-se à construção do convento e decretou a expulsão dos franciscanos e a excomunhão de quem quer que tratasse com eles.
O litígio agudizou-se com a recusa dos frades de obedecerem ao Bispo, e com este a ordenar a destruição da obra já iniciada do convento.
D. Pedro Salvadores sucedeu a D. Martinho Rodrigues como bispo, mas as coisas não melhoram para os frades. Este chegou a usar de violência contra os franciscanos e em retaliação, convidou os Dominicanos a virem com a promessa de oferta de casa e de terrenos.
Os franciscanos, vendo-se em dificuldades, apelaram para o papa Gregório IX que mandou várias cartas tentando demover o bispo. O bispo não se demoveu, o que obrigou Roma a uma postura mais forte: enviou o Arcebispo de Compostela como mediador do conflito.
Com esta situação os frades pensaram em edificar o convento em Gaia em terrenos dados pelo Rei, ainda que mantivessem esperanças que Inocêncio IV, recentemente eleito papa, alterasse o rumo das coisas. O papa interveio em duas frentes: enviou uma carta ao Bispo do Porto ameaçando-o com a destituição do cargo, e por outro lado, remeteu ao Arcebispo de Braga uma bula em que o autoriza a benzer a primeira pedra do mosteiro.
Estas medidas surtiram efeito ao fazer com que o Cabido e o Bispo finalmente deixassem começar as obras. O mosteiro estava já concluído por volta de 1245. Em 1271, o rei D. Afonso III, deixou em testamento um legado de cem libras ao convento.
Este convento desde logo assumiu uma grande importância. Foi junto a ele que o Bispo do Porto, D. João de Azevedo, recebeu na cidade o Mestre de Avis em 1385,e foi no mosteiro que deu notícia a todo o reino do seu casamento com D. Filipa de Lencastre.
Os franciscanos começaram a incentivar e a desenvolver o povoamento das áreas junto ao convento, para além duma intensa actividade espiritual.
No ano de 1383, começou-se a construir a igreja do convento ao tempo do reinado de D. Fernando. A igreja sofreu várias obras ao longo dos tempos, sendo a actual datada de 1792. Foi sagrada em 1805.
O rei D. Sebastião extinguiu os franciscanos conventuais em 1568 o que fez com que todos os mosteiros e conventos da Ordem de S. Francisco, fossem reduzidos à observância.
Em 1633 foi instituída uma Ordem Terceira anexa ao convento, que manteve vários litígios ao longo da sua história com os franciscanos.
No ano de 1764 reedificou-se o convento que ficou pronto em 1802. A 24 de Julho de 1832 o convento ficou completamente destruído após um violento incêndio. O convento ficou reduzido a escombros, onde posteriormente se construiu o actual edifício do Palácio da Bolsa sede da Associação Comercial do Porto, Câmara de Comércio do Porto.

 História Arquívistica:
O arquivo deste Convento foi objecto de devastação provocada pela invasão francesa de 29 de Março de 1809, e posteriormente sofreu nova desintegração, com o incêndio virificado durante o cerco do Porto em 1834. Após a extinção das Ordens religiosas a documentação foi entregue à Comissão Administrativa dos Bens Cultuais, a qual foi utilizando alguns dos documentos de carácter patrimonial relativos à gestão dos chamados Bens Nacionais, transitando posteriormente para a Direcção de Finanças do Porto.

 Fontes de Aquisição:
Documentação transferida para o Arquivo Distrital do Porto pela Direcção de Finanças do Porto no ano de 1934




  Âmbito e Conteúdo:
A documentação deste fundo abarca predominantemente duas grandes áreas funcionais: administração eclesiástica, e gestão financeira.
Refira-se ainda a existência de documentação relativa à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.
Este conjunto documental revela-se de grande importância para a história da cidade do Porto e para a história dos Franciscanos.
Neste arquivo poder-se-á encontrar documentos referentes a: instituições de capelas, testamentos, legados, obrigações de missas, aforamentos, bulas, breves, cartas régias, provisões, nomeações, decretos, portarias, acordãos, licenças, cautelas, verbas de de inventários, doações, sentenças, alvarás, depósitos, emprazamentos, petições para traslados, mapas de bens, escrituras, instituições de morgados, consignações de tensas, reconhecimentos, cartas, permutas, autos de citação, vendas, registos de receitas e despesas, registos de juros.

  Avaliação, Selecção e Eliminação:
Documentação de conservação permanente.

  Incorporações:
Informação não disponível.

  Organização e Ordenação:
Orgânico-funcional e ordenação numérica.


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