1555 a 1759

25 Livro
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1 Maço
Papel

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  Nome do Produtor:
Colégio de São Lourenço da Companhia de Jesus - Porto

  História Adminstrativa/Biográfica:
Em 1546 a presença do primeiro religioso da Companhia de Jesus na cidade do Porto, o Padre Francisco de Estrada, juntamente com dois companheiros, despertou um grande número de adeptos dedicados e valiosos, entre os quais de destaca Henrique Nunes de Gouveia, a quem se deve em grande parte o estabelecimento da Companhia de Jesus no Porto.
Devido à sua influência, muitos portuenses pediram a criação de um colégio da Companhia de Jesus no Porto, bem como o Cabido da Sé, os Vereadores da Câmara e a Misericórdia.
No ano de 1560, em princípios de Maio, chegou ao Porto o Padre Francisco de Borja, e imediatamente o Bispo D. Rodrigo Pinheiro e alguns vereadores, foram-lhe dar as boas vindas. Aqui as opiniões divergem: uma corrente afirma que pediram ao ilustre Padre que deixasse ficar no Porto dois ou três dos seus padres, a outra defende que este pediu a fundação de um colégio.
De uma forma ou de outra, certo é que foi concedida licença para a criação do Colégio, que recebeu o nome de São Lourenço.
O nobre Henrique Nunes de Gouveia, não se descuidou nem desarmou perante o receio de alguns portuenses com a criação do Colégio. Ofereceu e arranjou parte das suas casas, situadas na Ribeira, de forma a que nelas pudessem exercer os seus ministérios e administrar os Sacramentos, dando conhecimento a Francisco Borja quando estivessem prontas.
Em 10 de Agosto de 1560, dia de São Lourenço, o Padre Francisco Borja inaugurou as casas e colocou o Santíssimo Sacramento na capela improvisada. Se para uns foi motivo de júbilo e alegria para outros não, como foi o caso dos Senhores da Câmara que não consentiam nem aceitavam a Casa e o Colégio nesta cidade. O caso foi discutido entre a Governança da cidade e os padres da companhia, com a assistência do Padre Francisco Borja e do Bispo D. Rodrigo Pinheiro, chegando-se mesmo a pedir a intervenção da rainha D. Catarina. De nada valeu, ainda que não unanimemente, aceitaram a sua presença.
Instalou-se assim, a Companhia de Jesus no Porto, que durante os anos seguintes, e com enorme vontade de Henrique Nunes Gouveia e de muitos fiéis e devotos, foi alargando os seus domínios e as suas propriedades, com esmolas, compras e doações ao Colégio. O Colégio em 1570 anexou a Igreja e Abadia do Convento de Vandoma.
É no entanto a 30 de Agosto de 1563 que na parte mais elevada do Colégio Velho, junto a Santa Ana, à Rua das Aldas e Catedral, que começou a construir-se o novo Colégio, junto ao qual em 1614 começou a construir-se a actual Igreja dos Grilos que foi inaugurada em 1622.
A transferência realizou-se em 10 de Agosto de 1577. Entretanto, Frei Luís Àlvares Távora, Balio de Leça, assegurou a subsistência do Colégio com um donativo de trinta mil cruzados.
Aí permaneceram os Jesuítas, ensinando a ler e a escrever e lecionando Moral e Latinidades, até à sua expulsão em 1759. À data, todas as suas rendas e propriedades passaram a pertencer à Universidade de Coimbra que em 1779 vendeu tudo aos Agostinhos Descalços, conhecidos como frades Grilos.
Mais tarde, e por ocasião da entrada das forças Liberais de D. Pedro IV na cidade em 1832, abandonaram o Colégio e nele instalou-se o Batalhão Académico.
Actualmente funciona como Seminário Maior da Diocese do Porto.

 História Arquívistica:
A documentação deste fundo foi transferida da Direcção das Finanças do Porto para este arquivo, juntamente com outros cartórios monásticos em 1934. Após a extinção do Colégio em 1759, a documentação foi integrada no Cofre dos Bens Sequestrados aos Jesuítas e posteriormente dispersa, encontrando-se hoje no Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, na Biblioteca do Seminário Maior do Porto e no Arquivo Distrital do Porto.
Integrados neste arquivo estão um conjunto de documentos que faziam parte do lote dos livros que foram apreendidos em leilão em 1870, conforme referido na listagem que neste arquivo se acha integrada no Convento de São Salvador de Paço de Sousa - Penafiel com o nº 99.

 Fontes de Aquisição:
Documentação transferida para o Arquivo Distrital do Porto pela Direcção de Finanças do Porto no ano de 1934




  Âmbito e Conteúdo:
Este fundo é constituído por documentação relativa à gestão patrimonial e eclesiástica da Companhia de Jesus no Porto contendo processos de tramitação relativa a esmolas, compras e doações feitas ao Colégio. Possui ainda documentação sobre a Confraria de Santa Quitéria e a Irmandade de Nossa Senhora da Purificação do Colégio da cidade do Porto, erectas na referida Companhia de Jesus.
Toda a documentação do Colégio de São Lourenço da Companhia de Jesus, transferida para o Arquivo Distrital do Porto, foi conservada na totalidade.

  Avaliação, Selecção e Eliminação:
Documentação de conservação permanente.

  Incorporações:
Não estão previstas novas incorporações pois trata-se de um fundo fechado.

  Organização e Ordenação:
Orgânico-funcional e ordenação alfa-numérica.


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